
Pisa – Ranking de educação mundial: entenda os dados do Brasil
Nem sempre uma única estatística basta para divulgar um panorama exato da realidade. Na maioria das vezes, o procedimento mais comum é examinar diversos dados e estudos para compreender, de fato, o que está em jogo. Em 2018, o Brasil ficou em posições consideradas preocupantes no ranking do Pisa. Em 2022, pouca coisa mudou, conforme é possível perceber nos dados divulgados na terça-feira (05/12).
A seguir, apresentaremos os principais dados do Brasil no mais recente ranking de educação mundial, além de algumas observações para que essa realidade possa ser transformada o quanto antes. Vamos conferir?
O que é o Pisa, afinal?
Realizado a cada três anos, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) tem o objetivo de gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes. Assim, políticas de desenvolvimento para o ensino básico podem ser subsidiadas.
O programa também tem o propósito de verificar até que ponto as instituições públicas e particulares de cada nação estão preparando os alunos para exercerem corretamente seus papéis de cidadãos em nossa sociedade contemporânea.
Em 2021, a edição do Pisa foi adiada por causa de restrições da pandemia, avançando então para 2022 e posterior divulgação no ano de 2023.
Aspectos avaliados
As avaliações do Pisa analisam o desempenho escolar de alunos de 15 anos dos países participantes em três aspectos principais: leitura, matemática e ciências. Porém, uma dessas áreas cognitivas recebe maior destaque a cada edição do programa.
Em 2012, por exemplo, o foco foi em matemática; em 2015, ciências e leitura em 2018. Já em 2022, foi matemática, novamente.
Indicadores contextuais
Além de observar as competências de cada matéria, o estudo coleta informações para a composição de indicadores contextuais que permitam relacionar o desempenho dos estudantes a variáveis educacionais, socioeconômicas e demográficas. Esses dados são obtidos por meio da aplicação de questionários específicos a escolas, professores e alunos.
Ao final da pesquisa, os resultados podem ser utilizados pelos governos dos países participantes como ferramenta na definição e otimização de políticas educativas. Isso permite uma formação mais efetiva e a participação ativa dos jovens na sociedade.
Qual a posição atual do Brasil no ranking mundial de educação?
Quando o assunto é avaliação educacional, o Pisa é uma referência mundial. Na edição de 2022, a pesquisa analisou 81 países, incluindo o Brasil.
A entidade reúne mais de 30 nações e funciona como um fórum para a discussão de questões relacionadas ao desenvolvimento e à melhoria de políticas sociais ou econômicas. Os demais integrantes do estudo foram países conhecidos como economias parceiras, isto é, nações voluntárias do programa — como o Brasil.
Divulgados no quarto trimestre de 2023, os resultados continuam sendo não muito animadores para o Brasil, que subiu apenas algumas poucas posições em todas as áreas de conhecimento. Confira as atualizações:
- 6 posições em matemática (de 71º para 65º);
- 5 posições em leitura (de 57º para 52º);
- 2 posições em ciências (de 64º para 62º).
Esses números foram formados a partir da avaliação em instituições de ensino públicas e particulares. Comparando com o último ano de avaliação, em 2018, o país se manteve na média onde estava e progrediu pouco.
Apesar dos impactos já mencionados anteriormente pela pandemia, o país não sofreu com alterações negativas no ranking, como outros países que registravam índices mais altos. Em matemática, área de conhecimento foco nesta edição, apenas 31 dos países conseguiram manter a posição de 2018: Austrália, Japão, Coreia do Sul e Suíça.
A nota de escolas particulares do Brasil se destacam em relação as da iniciativa pública, porém mesmo com as condições socioeconômicas distintas, os mais ricos não alcançaram a média disposta pela OCDE em Matemática, que é de 472 pontos.
Desempenho obtido em cada área
Na disciplina de foco da edição (matemática), a média nacional dos estudantes foi de 379 pontos, 5 pontos abaixo dos 384 pontos de média da edição anterior. Esse índice ainda mantém os alunos das escolas nacionais atrás da média dos demais países da OCDE.
Em ciências e leitura, os alunos brasileiros obtiveram as médias de 403 e 410 pontos, respectivamente. Com esses resultados considerados bastante preocupantes, é fundamental que o país invista em inovações pedagógicas e novas metodologias de ensino que permitam aperfeiçoar o processo de aprendizagem.
Como melhorar o desempenho brasileiro no ranking de educação mundial?
Sabemos que o país enfrenta problemas reconhecidos na área da educação. Dessa forma, o Brasil precisa buscar maneiras mais efetivas de capacitar os professores e dar recursos para apoiar a melhoria de estudantes que apresentam baixo desempenho, bem como alterar o modo como a educação é empregada e enxergada atualmente por todos, independente da classe social.
Algumas ações podem ser colocadas em prática com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino e os níveis educacionais do Brasil. Confira.
Soluções para maximizar o processo de aprendizagem
Mais do que apenas explicar o funcionamento de alguma ocorrência, é essencial desafiar os alunos a buscarem explicações para cada fenômeno. Assim, os professores devem investir em alternativas que possibilitem a maximização do processo de aprendizagem.
É preciso que os docentes apresentem questões e problemas aos estudantes, incentivando-os a utilizarem experimentos e procedimentos de pesquisa. Com essas ferramentas, é possível trabalhar todas as habilidades consideradas pelo Pisa como essenciais ao exercício da cidadania.
Uso de metodologias de ensino diferenciadas
No entanto, de nada adianta propor soluções para otimizar o aprendizado se as metodologias de ensino utilizadas continuarem ultrapassadas. Nesse contexto, o uso da tecnologia e de metodologias ativas é capaz de despertar a curiosidade do aluno, bem como incentivar uma maior participação nas atividades escolares.
Como exemplo, podemos citar a sala de aula invertida. A ideia é que o estudante absorva o conteúdo por meio do formato digital, isto é, quando chegar à sala presencial, ele já estará ciente do assunto que será desenvolvido. Eficiente e inovador, esse conceito proporciona processos, estruturas e ambientes mais adequados e atrativos à realidade do aluno.
Leia mais: O que são as metodologias ativas?
Potencialização do ensino pré-escolar
O Estado deve investir na educação de base. O ensino pré-escolar tem papel importantíssimo durante a vida estudantil e acadêmica do aluno. Dessa forma, é preciso investir na potencialização do aprendizado desde os primeiros anos escolares, para que o estudante esteja apto a receber novos conhecimentos e, ainda, consiga absorver melhor os conteúdos visualizados nos próximos períodos.
Como você pôde ver, embora a posição atual do Brasil no ranking educação mundial não seja a ideal, é possível melhorar os resultados e a qualidade de ensino no país. Para tanto, é preciso que sociedade, governo e a comunidade acadêmica se mobilizem e busquem por soluções diferenciadas, eficientes e inovadoras, com o propósito de elevar o nível escolar.
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